sábado, 6 de setembro de 2014

Instruções

Falácias são argumentos ou raciocínios que aparentam ser verdadeiros, mas não o são. Eles aparecem o tempo todo em muitos contextos, mas poucas pessoas sabem identifica-los e combate-los... Aprenda ser uma delas ;-)

OBJETIVO

O objetivo deste baralho é servir como complemento para o ensino de filosofia e ao estimulo de debates sérios e honestos. As cartas tem conselhos antiéticos, e muito do serviço que se espera com elas é ensinar as pessoas a identificarem e usarem as falacias. Por que? porque ao fazerem isso também saberão combate-las. Mesmo que a má índole talvez ganhe estimulo com tal "aprendizado", acreditamos que tais efeitos serão nulos em uma sociedade que aprender a identificar falácias (e as combater).

COMO JOGAR

Ainda estamos pensando em novos jeitos (se tiver sugestões, envie ao e-mail para cod_ulisses@hotmail.com), mas basicamente existem os 3 modos aqui descritos. Ah, e é pertinente lembrar que o QR code e links nas cartas levam a mais informações sobre as falácias, e exemplos de sua aplicação, devendo ser usados em caso de dúvidas sobre as cartas ou na tentativa de melhor entendimento. É meio obvio,  mas o ideal é que os alunos sejam apresentados ao tema antes (talvez usando o próprio baralho).

Combate de Falácias: Peça a classe que escolha um tema para ser debatido (aborto, pena de morte etc). Separe as pessoas em grupos de no minimo 3 pessoas, e dê a elas 3 cartas de falacias. Cada grupo vai ter que dramatizar um pedaço de debate sobre o tema, usando nele as falacias designadas. Obviamente, exige-se que os grupos tenham um tempo minimo para pesquisar o assunto e preparar suas "falas" falaciosas antes da dramatização.

Mímica falaciosa: Divida a classe em 2 grupos. Assim como no jogo de mimica, o grupo rival vai impor a dois membros do outro que eles dramatizem algum exemplo da falácia escolhida para os demais. As pistas não podem ser explicitas demais, nem conter embutidas o nome da falácia. O grupo "vence" quando identifica a falacia mostrada na dramatização, e explica como a identificou.

Multa de falácia: Quando alguma falácia aparecer em um debate em classe, o professor ou outros alunos podem alertar tal fato e cobrar uma "prenda" de quem a proferiu (como, por exemplo, forçar o meliante a ler a carta em voz alta para todos pedindo "perdão pelo vacilo")

CRÉDITOS

Este é um projeto conjunto do Cientista Social Nerd, Universo Racionalista, Pixelopólis e Papo de Homem.
A ideia original para este baralho partiu de Alvaro Trigo Fernandes, a partir da leitura de um artigo* publicado por Fábio Rodrigues . Como inspiração é a parte mais fácil do trabalho, Alvaro reescreveu a descrição delas de modo mais didático e aliciou Marco Sartorato para criar o desenho das cartas. Dai, começou a faze-las em Corel com a ajuda de José Airton e Erick Vieira. Além disso, teve a consultoria filosófica de Gláuber Frota e Octavio P. Machado Milliet. Como se não bastasse, ainda contribuíram na jornada Henrique KroetzJosikwylkson* * Costa BritoRoberto Lavratti , Pedro Henrique Costa e Rafael M. Gorayeb.

*Que é tradução deste material https://yourlogicalfallacyis.com
**Sim, esse nome é de verdade

LINKS E EXTRAS

Cientista Social Nerd  http://cientistasocialnerd.blogspot.com.br/
Universo Racionalista (face)   https://www.facebook.com/UniversoRacionalista
Universo Racionalista (site)  http://universoracionalista.org/
Pixelopolis  https://www.facebook.com/pages/Pixel%C3%B3polis/224163981040586?fref=ts
Papo de Homem  http://papodehomem.com.br/
Your Logical Fallacyis   https://yourlogicalfallacyis.com/

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imagens uma a uma:

























24-Meio Termo

Em muitos casos, a verdade realmente se encontra entre dois pontos extremos, mas isso pode enviezar nosso pensamento: às vezes uma coisa simplesmente não é verdadeira, e um meio termo dela também não é verdadeiro. O meio do caminho entre uma verdade e uma mentira continua sendo uma mentira.
Exemplo: Mariana disse que a vacinação causou autismo em algumas crianças, mas o seu estudado amigo Calebe disse que essa afirmação já foi derrubada como falsa, com provas. Uma amiga em comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez as vacinas causem um pouco de autismo, mas não muito.

23-O Atirador do Texas

Você escolhe muito bem um padrão ou grupo específico de dados que sirva para provar o seu argumento sem ser representativo do todo.
Esta falácia de “falsa causa” ganha seu nome partindo do exemplo de um atirador disparando aleatoriamente contra a parede de um galpão, e, na sequência, pintando um alvo ao redor da área com o maior número de buracos, fazendo parecer que ele tem ótima pontaria.
Grupos específicos de dados como esse aparecem naturalmente, e de maneira imprevisível, mas não necessariamente indicam que há uma relação causal.
Exemplos:
-Os fabricantes do bebida gaseificada Cocaçúcar apontam pesquisas que mostram que, dos cinco países onde a Cocaçúcar é mais vendida, três estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo, Cocaçúcar é saudável.

- ("plaquinha" facebook que simplifica muuuito a relação da ICAR com a ciência...)

22-Anedótica

Você usa uma experiência pessoal ou um exemplo isolado em vez de um argumento sólido ou prova convincente.
Geralmente é bem mais fácil para as pessoas simplesmente acreditarem no testemunho de alguém do que entender dados complexos e variações dentro de um continuum.
Medidas quantitativas científicas são quase sempre mais precisas do que percepções e experiências pessoais, mas a nossa inclinação é acreditar naquilo que nos é tangível, e/ou na palavra de alguém em quem confiamos, em vez de em uma realidade estatística mais “abstrata”.
Exemplo: José disse que o seu avô fumava, tipo, 30 cigarros por dia e viveu até os 97 anos — então não acredite nessas meta análises que você lê sobre estudos metodicamente corretos provando relações causais entre cigarros e expectativa de vida.

21-Apelo à Natureza

Você argumenta que só porque algo é “natural”, aquilo é válido, justificado, inevitável ou ideal.
Só porque algo é natural, não significa que é bom. Assassinato, por exemplo, é bem natural, e mesmo assim a maioria de nós concorda que não é lá uma coisa muito legal de você sair fazendo por aí. A sua “naturalidade” não constitui nenhum tipo de justificativa.
Exemplo: O curandeiro chegou ao vilarejo com a sua carroça cheia de remédios completamente naturais, incluindo garrafas de água pura muito especial. Ele disse que é natural as pessoas terem cuidado e desconfiarem de remédios “artificiais”, como antibióticos.

19-Preto ou Branco

Você apresenta dois estados alternativos como sendo as únicas possibilidades, quando de fato existem outras.
Também conhecida como falso dilema, esta tática aparenta estar formando um argumento lógico, mas sob análise mais cuidadosa fica evidente que há mais possibilidades além das duas apresentadas.
O pensamento binário da falácia preto-ou-branco não leva em conta as múltiplas variáveis, condições e contextos em que existiriam mais do que as duas possibilidades apresentadas. Ele molda o argumento de forma enganosa e obscurece o debate racional e honesto.
Exemplos:

-Ao discursar sobre o seu plano para fundamentalmente prejudicar os direitos do cidadão, o Líder Supremo falou ao povo que ou eles estão do lado dos direitos do cidadão ou contra os direitos.

-"Quem é contra a legalização da maconha é a favor dos traficantes"

- (lema de propaganda politica ufanista na época da Ditadura Militar)

- (frase clichê proferida sempre que alguma crítica a polícia é feita)

- (imagem que critica a "Campanha do Balde de Gelo")